A Inteligência Emocional
Trabalho Realizado por:
Vítor
Fragoso (ISMAI)
Liliana Vasconcelos (ISMAI)
Martina
Ribeiro (ISMAI)
Paulo Matos (ISMAI)
ESTE TRABALHO FOI REALIZADO NO 2º ANO NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE - "PSICOLOGIA DAS EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES"
Abstract:
O tema do presente trabalho, intitula-se Inteligência Emocional, e foi nosso
objectivo dissertar sobre o tema proposto. Para isso abordamos o tema nas suas
diferentes vertentes, começando por aprofundar o conceito de estados afectivos,
e a maneira como estes são percepcionados, compreendidos e interpretados pelo
ser humano, para além da forma como estes se interrelacionam com as nossas emoções.
Além disso achámos também importante destacar, que as estruturas anatomo-fisiológicas envolvidas com a emoção se interligam intimamente, e que nenhuma delas é exclusivamente responsável por este ou aquele tipo de estado emocional. No entanto, algumas contribuem mais do que outras para este ou aquele determinado tipo de emoção.
No que respeita à inteligência emocional, são referidos dois tipos de inteligência pessoal: a inteligência interpessoal e intrapessoal, que vêm a constituir-se como a essência do conceito de inteligência emocional, tal como originalmente o definem Salovey e Mayer.
Para finalizar abordamos duas vertentes, que nos parecem importantes no contexto
da inteligência emocional(IE), a IE no trabalho e na saúde. No contexto do
trabalho, além de termos de saber controlar as nossas emoções como as de
terceiros, e de ser necessário haver uma estabilidade a nível do emprego, para
que o desempenho e a produtividade no trabalho seja melhor. É necessário também
adquirirmos competência emocional
e social.
A
nível da saúde as emoções mostram-se importantes visto que influem
sobre a saúde e sobre a doença através de suas propriedades motivacionais,
pela capacidade de modificar as condutas saudáveis, tais como os exercícios físicos,
a dieta equilibrada, o descanso, etc., conduzindo muitas vezes para condutas não
saudáveis, como o abuso do álcool, tabaco, sedentarismo entre outros factores.
Palavras
chave: Inteligência, emoções,
interpessoal, intrapessoal, saúde.
Medir um constructo teórico como a
Inteligência Emocional (IE) é tanto uma arte como uma ciência, em que a IE é
uma meta-habilidade que se encontra latente no sujeito, logo não é algo
directamente observável, a menos que a resposta se produza ou não, dependendo
de uma determinada situação. (Navas,
Bozal, Alba, Lloret, 2000)
No que respeita à Inteligência, em geral, trata-se de
um constructo psicológico que ainda não terminou de assentar-se com as novas
propostas realizadas. (Navas,
Bozal, Alba, Lloret, 2000)
A IE, apesar de ser um conceito actual, tem como parecer um claro percursor do conceito de Inteligência Social de Thorndike (1920,cit. Navas, Bozal, Alba, Lloret, 2000 ) que a definiu como “ a habilidade para compreender e dirigir-se aos homens e mulheres, rapazes e raparigas, e actuar sabiamente nas relações humanas”.
Segundo Sternberg (1997, Navas, Bozal Alba, Lloret, 2000) a ideia que temos actualmente de Inteligência é a capacidade de adaptação. É como se a ideia de globalização tivesse chegado a este campo de estudo da Psicologia, onde a Inteligência está muito vinculada com a emoção, a memória, o optimismo, a personalidade e em certo sentido com a saúde mental.
O conceito de IE nasce com a necessidade de responder a uma questão que
pode parecer simples: “Porque é que existem pessoas que se adaptam melhor que
outras às diferentes contingências da vida?”. ( Navas, Bozal, Alba, Lloret, 2000)
Sendo assim, o nosso trabalho debruçar-se-á sobre os estados afectivos, onde se faz uma distinção entre afecto, emoção e sentimento. Também refere as estruturas cerebrais implicadas na formação das emoções, isto é, mostrar que há uma interligação entre as várias estruturas, contudo nenhuma delas é a principal responsável por este ou aquele estado emocional. O que acontece é que algumas contribuem de forma mais importante que outras para determinada emoção.
Seguidamente, é referida a Natureza da Inteligência Humana, ou seja, o que significa ser inteligentemente emocional segundo alguns autores; como nos devemos afastar de certos estados de espírito.
É referido ainda neste trabalho a IE na Saúde e a IE no trabalho ,isto é, de que maneira a saúde e o trabalho podem-se relacionar com a inteligência emocional.
Para falar de Inteligência emocional e Psicologia emocional, teremos necessariamente de falar sobre os estados afectivos e da maneira como estes são percepcionados, compreendidos e interpretados pelo ser humano, além é claro da forma como estes se interrelacionam com as nossas emoções.
Segundo
um artigo publicado na revista Cérebro e Mente, por Júlio Amaral e
Jorge de Oliveira (1998), estes autores defendem que os estados afectivos dos
seres humanos se diferenciam em relação aos restantes seres vivos devido a uma
“(...) intensa malha de conexões entre a área pré-frontal e as
estruturas límbicas tradicionais, a espécie humana é aquela que apresenta a
maior variedade de sentimentos e emoções(...) e quanto mais evoluído é o mamífero,
mais acentuados são os seus comportamentos. Já a ablação de partes
importantes do sistema límbico (as experiências foram feitas com hamsters) faz
com que o animal perca tanto a afectividade maternal quanto o interesse lúdico(...)
(Amaral, J. Oliveira, J. 1998) in revista , Cérebro e Mente.
Ao
longo da evolução da Humanidade tem se assistido à tentativa de definição
dos estados afectivos, emocionais e das próprias sensações. O ser Humano
sempre procurou descrever e compreender o significado de tais estádios, que por
vezes se lhe apresentavam como sendo complexos e confusos, e que foi ainda
segundo os mesmos autores devido ao desenvolvimento da linguagem que “nomes
foram atribuídos a essas e a outras sensações, permitindo sua delimitação e
explicitação a outros membros do grupo. Porém, até hoje, dada a existência
de um componente subjectivo importante, difícil de ser comunicado, não existe
uniformidade quanto a melhor terminologia a ser empregada para designar essas
sensações. Assim é que utiliza-se, de maneira imprecisa e intercambiável,
quase como sinónimos, os termos afecto, emoção e sentimento. Entretanto,
assim pensamos, a cada uma dessas palavras deve ser atribuída uma definição
precisa, em respeito à etimologia e às diferentes reacções físicas e
mentais que produzem. Afecto (do Latim affectus,
Assim,
ao se dizer "sinto afecto por fulana" estou manifestando amor ou
carinho; nunca raiva ou medo. Já em relação às emoções e sentimentos, o
uso se aplica nos dois sentidos : "ela tem bons sentimentos; eu tenho
sentido emoções desagradáveis." No dizer de Nobre de Melo, os afectos
designam, genericamente, situações vivenciadas, sob a forma de emoções ou de
sentimentos. Emoções (do Latim emovere, significando movimentar, deslocar) são,
como sua própria etmologia sugere, reacções manifestas frente àquelas condições
afectivas que, pela sua intensidade, mobilizam-nos para algum tipo de acção(...)podemos
dizer que as emoções se caracterizam por uma súbita ruptura do equilíbrio
afectivo. Quase sempre são episódios de curta duração, com repercussões
concomitantes ou consecutivas, leves ou intensas, sobre diversos órgãos,
criando um bloqueio parcial ou total da capacidade de raciocinar com lógica.
Isto pode levar a pessoa atingida a um alto grau de descontrole psíquico e
comportamental. Por contraste, os sentimentos são tidos como estados afectivos
mais duráveis, causadores de vivências menos intensas, com menor repercussão
sobre as funções orgânicas e menor interferência com a razão e o
comportamento. Exemplificando : amor, medo e ódio são sentimentos; paixão,
pavor e cólera (ou ira) são emoções".
(Amaral, J. Oliveira, J. 1998) in revista , Cérebro e Mente.
Depois desta abordagem do que são os estados afectivos, como evoluíram e a forma como se relacionam com as nossas emoções, parece-nos agora importante aprofundar determinadas noções anatomo-fisiológicas relacionadas com a formação das nossas emoções, com vista a uma melhor compreensão do tema proposto.
As Estruturas Cerebrais Implicadas na Formação das Emoções
Falar
de Psicologia Emocional e Inteligência emocional, implica necessariamente falar
das estruturas cerebrais implicadas na formação das emoções.
Nesse
sentido é importante destacar que as estruturas envolvidas com a emoção se
interligam intimamente e que nenhuma delas é exclusivamente responsável por
este ou aquele tipo de estado emocional. No entanto, algumas contribuem mais que
outras para este ou aquele determinado tipo de emoção Assim, veremos, uma a
uma, aquelas sobre as quais mais se conhece.
[1]Amígdala
(Amaral, J. Oliveira, J.1998) – é uma pequena estrutura em forma de amêndoa,
situada dentro da região antero-inferior do lobo temporal, que se interconecta
com o hipocampo, os núcleos septais, a área pré-frontal e o núcleo
dorso-medial do tálamo. Essas conexões garantem o seu importante desempenho na
mediação e controle das actividades emocionais de ordem maior, como amizade,
amor e afeição, nas exteriorizações do humor e, principalmente, nos estados
de medo e ira e na agressividade. A amígdala é fundamental para a
auto-preservação, por ser o centro identificador do perigo, gerando medo e
ansiedade e colocando o animal em situação de alerta, aprontando-se para se
evadir ou lutar. A destruição experimental das amígdalas ( são duas, uma
para cada um dos hemisférios cerebrais) faz com que o animal se torne dócil,
sexualmente indiscriminativo, afectivamente descaracterizado e indiferente às
situações de risco. O estímulo eléctrico dessas estruturas provoca crises de
violenta agressividade. Em humanos, a lesão da amígdala faz, entre outras
coisas, com que o indivíduo perca o sentido afectivo da percepção de uma
informação vinda de fora, como a visão de uma pessoa conhecida. Ele sabe quem
está vendo mas não sabe se gosta ou desgosta da pessoa em questão.
Ainda
acerca da amígdala Daniel Goleman (2000) refere citando LeDoux, que as suas
pesquisas explicam como a amígdala pode assumir o controlo daquilo que fazemos
Damásio
(2000) reforça ainda mais estas ideias a respeito da amígdala, afirmando que
ela é o centro impulsionador das emoções,
é ela quem dá o alarme às principais zonas do córtex que controlam as
respostas fisiológicas e emocionais do nosso corpo, determinando uma imagem ou
percepção dos estados emocionais, que por sua vez provocam diversas sensações,
tais como, o medo, cólera, felicidade, a tristeza etc. A amígdala
pode se dizer que funciona como “sentinela psicológica”, funcionando
também como armazém dos nossos estados emocionais.
[2]Hipocampo
(Amaral, J. Oliveira, J. 1998)
- Está
particularmente envolvido com os fenómenos de memória, em especial com a formação
da chamada memória de longa duração (aquela que persiste, as vezes, para
sempre). Quando ambos os hipocampos ( direito e esquerdo) são destruídos, nada
mais é gravado na memória. O indivíduo esquece, rapidamente, a mensagem recém
recebida. Um hipocampo intacto possibilita ao animal comparar as condições de
uma ameaça actual com experiências passadas similares, permitindo-lhe, assim,
escolher qual a melhor opção a ser tomada para garantir sua preservação.
[3]Tálamo
(Amaral, J. Oliveira, J. 1998)
- Lesões
ou estimulações do núcleo dorso-medial e dos núcleos anteriores do tálamo
estão correlacionadas com alterações da reactividade emocional, no homem e
nos animais. No entanto, a importância desses núcleos na regulação do
comportamento emocional possivelmente decorre, não de uma actividade própria,
mas das conexões com outras estruturas do sistema límbico. O núcleo
dorso-medial conecta com as estruturas corticais da área pré-frontal e com o
hipotálamo. Os núcleos anteriores ligam-se aos corpos mamilares no hipotálamo
( e, através destes, via fornix, com o hipocampo) e ao giro cingulado, fazendo,
assim, parte do circuito de Papez.
Especificamente,
as partes laterais parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto que a porção
mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e `a tendência ao riso
(gargalhada) incontrolavel. De um modo geral, contudo, a participação do hipotálamo
é menor na génese do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos
estados emocionais. Quando os sintomas físicos da emoção aparecem, a ameaça
que produzem, retorna, via hipotálamo, aos centros límbicos e, destes, aos núcleos
pré-frontais, aumentando, por um mecanismo de "feed-back" negativo, a
ansiedade, podendo até chegar a gerar um estado de pânico. O conhecimento
desse fenómeno tem importante sentido prático, dos pontos de vista clínico e
terapêutico.
[5]Giro
Cingulado (Amaral, J. Oliveira, J. 1998)
- Situado
na face medial do cérebro, entre o sulco cingulado e o corpo caloso (principal
feixe nervoso ligando os dois hemisférios cerebrais). Há ainda muito por
conhecer a respeito desse giro, mas sabe-se que a sua porção frontal coordena
odores, e visões com memórias agradáveis de emoções anteriores. Esta região
participa ainda, da reacção emocional à dor e da regulação do comportamento
agressivo. A ablação do giro cingulado (cingulectomia) em animais selvagens,
domestica-os totalmente. A simples secção de um feixe desse giro (cingulotomia),
interrompendo a comunicação neural do circuito de Papez, reduz o nível de
depressão e de ansiedade preexistentes .
[6]Tronco
Cerebral (Amaral,
J. Oliveira, J. 1998)
- O tronco cerebral é a região responsável pelas "reacções
emocionais", na verdade, apenas respostas reflexas, de vertebrados
inferiores, como os répteis e os anfíbios. As estruturas envolvidas são a
Outras
estruturas do tronco cerebral, os núcleos dos pares cranianos, estimuladas por
impulsos provenientes do córtex e do estriado (uma formação subcortical),
respondem pelas alterações fisionómicas dos estados afectivos : expressões
de raiva, alegria, tristeza, ternura, etc.
[7]Área
Ventral (Amaral, J. Oliveira, J.1998)
- Na parte
mesencefálica (superior) do tronco cerebral existe um grupo compacto de neurónios
secretores de dopamina - área segmental ventral - cujos axónios vão terminar
no núcleo accumbens, (via dopaminérgica mesolímbica). A descarga espontânea
ou a estimulação eléctrica dos neurónios desta última região produzem
sensações de prazer, algumas delas similares ao orgasmo. Indivíduos que
apresentam, por defeito genético, redução no número de receptores das células
neurais dessa área, tornam-se incapazes de se sentirem recompensados pelas
satisfações comuns da vida e buscam alternativas de prazer atípicas e nocivas
como, por exemplo, alcoolismo, cocainomania, compulsividade por alimentos doces
e pelo jogo desenfreado.
[8]Septo
(Amaral, J. Oliveira, J. 1998)
- Anteriormente
ao tálamo, situa-se a área septal, onde estão localizados os centros do
orgasmo (quatro para a mulher e um para o homem). Certamente por isto, esta região
se relaciona com as sensações de prazer, mormente aquelas associadas às
experiências sexuais.
[9]Área
Pré-Frontal (Amaral, J. Oliveira, J. 1998)
- A área
pré-frontal compreende toda a região anterior não motora do lobo frontal. Ela
se desenvolveu muito, durante a evolução dos mamíferos, sendo particularmente
extensa no homem e em algumas espécies
O que permite distinguir pessoas que com um QI elevado falham frequentemente, enquanto outras com um QI modesto se portam surpreendentemente, será aquilo a que se chama inteligência emocional, que inclui o auto-controlo, o zelo, a persistência e a capacidade de nós próprios nos motivarmos. Através da inteligência emocional, tentamos compreender o que significa trazer inteligência à emoção e como fazê-lo.(Goleman,1995)
Durante a vida académica, o facto de existirem muitas pessoas com um alto QI elevado, não as impede de cometer actos irracionais, pelo simples facto de que a inteligência académica tem pouco a ver com a vida emocional. As pessoas que possuem um QI elevado podem, no que respeita às suas vidas particulares, serem péssimos pilotos. Porém, em regra geral muitas pessoas com um QI baixo acabam por desempenhar funções subalternas, enquanto que as que têm um QI elevado tendem a ser mais bem pagas, mas nem sempre.
Para além disto existem outras características, que se podem resumir na inteligência emocional, como, a capacidade de a pessoa se motivar a si mesma, sendo persistente, apesar das frustrações; de controlar os impulsos e adiar a recompensa; de regular o seu próprio estado de espírito e impedir que o desânimo impeça a faculdade de pensar; de sentir empatia e de ter esperança.(Goleman, 1995)
Segundo Arnold (1992, cit. Goleman, 1995) “... saber que alguém faz parte do grupo dos melhores alunos só nos diz que essa pessoa é excelente no desempenho de certas tarefas que são medidas por notas. Nada nos diz a respeito como reage às vicissitudes da vida”. (pág..56)
Apesar de QI elevado não ser garantia de prosperidade, prestigio ou vencer na vida, o facto é que as escolas e a própria cultura fixam-se nas capacidades académicas, ignorando assim a inteligência emocional, que engloba um conjunto de características fundamentais para o nosso destino pessoal. Várias provas testemunham que as pessoas que conhecem e controlam os seus próprios sentimentos e sabem também reconhecer e lidar perfeitamente com os sentimentos dos outros, levam vantagem em todos os domínios da vida, porém aqueles que não conseguem obter um determinado controlo sobre as suas vidas emocionais travam constantemente batalhas intimas que os impede de produzir trabalho continuado e pensamentos claros.(Goleman, 1995)
Segundo Gardner (1986, cit. Goleman, 1995) “... a contribuição mais importante que a escola pode fazer para o desenvolvimento de uma criança, é ajudar a encaminhá-la para a área onde os seus talentos lhe sejam mais úteis, onde se sinta satisfeita e competente.” (pág.57)
A educação deve alimentar em vez de ignorar ou até frustrar os talentos. Ao encorajar a criança a desenvolver todo o tipo de capacidades a que um dia recorrerá para ter sucesso, ou que utilizará para se realizar naquilo que fizer, a escola transforma-se numa educação da arte de viver. Em 1983, Gardner publica “ Frames of Mind”, onde tem visão de inteligência múltipla, cujo modelo vai para além do conceito padrão de QI como um factor único e imutável. Desta maneira Gardner sustem que possuímos 7 tipos de inteligência distintas, cada uma delas relativamente independentes das outras- Inteligência musical; Inteligência cinestésica – corporal; Inteligência lógico-matemática; Inteligência linguistica; Inteligência intrapessoal[1] e Inteligência Interpessoal[2]. (Goleman, 1995)
A respeito das inteligências pessoais, segundo Gardner (1993, cit.
Goleman, 1995) “ A inteligência interpessoal é a capacidade de
compreender as outras pessoas; o que é que as motiva, como é que funcionam,
como trabalhar cooperativamente com elas. Os vendedores, políticos,
professores, clínicos e líderes religiosos bem sucedidos terão tendência
para ser pessoas possuidoras de um elevado nível de inteligência interpessoal.
A inteligência intrapessoal (...) é uma capacidade correlativa, voltada para
dentro. É a capacidade de criarmos um modelo correcto e verídico de nós
mesmos e de usar esse modelo para funcionar eficazmente na vida”. (pág.59)
A visão de Gardner a respeito destas inteligências põe a tónica na cognição, isto é, a compreensão de nós mesmos e dos outros em termos de motivos, de hábitos de trabalho e na interiorização desse conhecimento na condução da nossa vida e das relações que temos com os outros. No seu trabalho Gardner concentra-se mais na cognição dos sentimentos, do que no papel das sensações nessas inteligências. Contudo, Gardner sabe bem a importância que as capacidades emocionais e de relacionamento têm nos altos e baixos da vida. (Goleman, 1995)
Estas características nucleares da inteligência pessoal vêm a constituir-se afinal como a essência em si do conceito de inteligência emocional tal como originalmente o definem Salovey e Mayer (1990, cit.Veríssimo,2000): “capacidade de reconhecer as emoções e os sentimentos pessoais e dos outros, de os discriminar, e de usar esta informação para orientar o seu modo de pensar e agir”. (pág.30)
Salovey e Mayer (1990, cit. Veríssimo, 2000) referem que “ os processos subjacentes à inteligência emocional são desencadeados quando informações impregnadas de afecto acedem inicialmente ao sistema perceptivo.” (pág.31)
Segundo Salovey, & Mayer, (1990, cit.Lewis, Havinland, Jones,2000) “ as competências emocionais são fundamentais para uma inteligência social. Isto porque, situações e dificuldades sociais estão muito ligadas a uma componente afectiva. Além disso as competências sociais não só se manifestam nas experiências sociais como também nas experiências com o indivíduo.” (pág.504)
A seguinte tabela apresenta um modelo por quatro campos, cada um representando um grupo de características ordenadas hierarquicamente segundo a sua complexidade.
Percepção e expressão da emoção
·
Capacidade para identificar emoções tanto a nível físico como psicológico
·
Capacidade para identificar emoções noutras pessoas e objectos
·
Capacidade para exprimir emoções correspondentes e exprimir
necessidades relacionadas com essas emoções
·
Capacidade para discriminar expressões emocionais, honestidade
desonestidade
Facilidade emocional de pensamento
·
Capacidade para redireccionar e analisar a prioridade dos seus
pensamento baseados em sentimentos associados a objectos, acontecimentos
e a outras pessoas.
·
Capacidade de gerar emoções que facilitam julgamentos e recordações
associadas a sentimentos
·
Capacidade para capitalizar mudanças de espirito para se poder
integrar em múltiplos pontos de vista, assumindo diferentes
perspectivas.
·
Capacidade para utilizar os estados emocionais para facilitar a resolução
de problemas e na criatividade.
Compreender e analisar informação
emocional; emprego do conhecimento emocional
·
Capacidade de compreender como diferentes emoções estão relacionadas
·
Capacidade de perceber as causas e consequências das emoções
·
Capacidade de interpretar emoções complexas tal como estados
emocionais contraditórios
·
Capacidade para compreender e prever transições entre emoções
Regulação da emoção
·
Capacidade de gerir tanto emoções agradáveis como também desagradáveis
·
Capacidade de reflectir sobre as emoções
·
Capacidade de se envolver, prolongar ou desligar de um determinado
estado emocional
·
Capacidade de gerir as suas emoções
Tabela adaptada de Mayer & Salovey (1997, cit Lewis,
Havinland, Jones,2000)
Este conceito de inteligência emocional proposto por Salovey e Mayer inclui o facto de que são meta-habilidades que podem der categorizadas em cinco competências ou dimensões
1- Conhecer as nossas próprias emoções. A autoconsciência é a pedra-base da inteligência emocional. As pessoas que têm uma maior certeza acerca dos seus sentimentos governam melhor as suas vidas, tendo uma maior certeza e segurança das decisões que tomam.
2- Gerir as emoções. Lidar com as sensações de modo apropriado é uma capacidade que nasce do auto-conhecimento. As pessoas a quem falta esta capacidade estão em constante luta com sensações de angústia, enquanto que aquelas que a possuem, recuperam mais facilmente dos tombos da vida.
3- Motivarmo-nos a nós mesmos. Mobilizar as emoções ao serviço de um objectivo é essencial para concentrar a atenção, para a automotivação, para a competência e para a criatividade. O auto-controlo emocional está subjacente a todo o tipo de realizações.
4-Reconhecer as emoções dos outros. A empatia, que também nasce da autoconsciência é a mais fundamental das “aptidões pessoais”. As pessoas empáticas são mais sensíveis àquilo que as outras pessoas necessitam ou desejam, tornado-as aptas em profissões que envolvam a prestação de cuidados, o ensino, as vendas e a gestão.
5- Gerir relacionamentos. A arte de nos relacionarmos é, em grande parte, a aptidão para gerir as emoções dos outros.
Apesar de referidas estas cinco dimensões, as pessoas diferem nas suas capacidades em cada um deles, pois alguns de nós poderão ser particularmente hábeis em controlar a sua própria ansiedade, mas incapazes de acalmar as perturbações de terceiros. A base subjacente ao nosso nível de aptidão é neuronal, contudo o cérebro é notavelmente plástico, capaz de uma aprendizagem constante. (Goleman, 1995)
A injunção de Sócrates “ Conhece-te a ti mesmo” refere-se à inteligência emocional: a consciência dos nossos próprios sentimentos no momento em que ocorrem. Geralmente os psicólogos usam a palavra metacognição para significarem a consciência das próprias emoções, contudo Goleman prefere o termo autoconsciência para reflectir a atenção continuadas dada aos nossos estados íntimos. É esta consciência das emoções, a competência emocional básica sobre a qual todas as outras se constróem. (Goleman,1995)
Autoconsciência é, segundo Mayer (1993, cit. Goleman, 1995) ” ter consciência tanto do nosso estado de espirito como dos nossos pensamentos a respeito desse estado de espirito”. Os pensamentos típicos que denunciam a autoconsciência emocional incluem “ Não devia sentir-me assim”, “ Estou a pensar em coisas agradáveis para me animar”. (pág.67)
Mayer (1995, cit. Goleman, 1995) pensa que as pessoas se distribuem por três grupos principais na maneira de enfrentar e lidar com as próprias emoções :
· Autoconscientes. Conscientes dos seus estados de espírito à medida que eles ocorrem
· Imersas. Deixam-se frequentemente avassalar pelas emoções e são incapazes de escapar-lhes, como se os seus estados de espirito assumissem o comando.
· Aceitantes. Embora as pessoas tenham consciência do que sentem, têm também tendência para aceitar os estados de espirito tais como lhe vêem e nada fazendo para modificá-los. (pág.68)
A autoconsciência é fundamental para a introspecção psicológica, pois é esta faculdade que a maior parte da psicoterapia tem como objectivo reforçar. A autoconsciência emocional é o material de base para o próximo componente fundamental da inteligência emocional: ser capaz de se libertar de um estado de espírito negativo.
O sentido do autodomínio, ser capaz de resistir às tempestades emocionais, em vez de ser “escravo das paixões”, é considerado uma virtude desde os tempos de Platão. Ser capaz de controlar as emoções que nos perturbam é a chave para o bem-estar emocional.
Os altos e baixos dão sabor à vida, porém precisam de ser equilibrados. Nos cálculos do coração, é a relação entre emoções positivas e negativas que determina o sentimento de bem-estar. (Goleman, 1995)
O design do cérebro significa que muitas vezes temos pouco ou nenhum controlo sobre quando somos invadidos pela emoção ou sobre qual será essa emoção, contudo temos alguma coisa a dizer a respeito de quanto tempo essa emoção irá durar. Quando as emoções são muito intensas e perduram durante longo tempo, acabam por atingir os extremos, ou seja, ansiedade crónica, raiva incontrolável, depressão. De todos o estados de espírito a que procuramos escapar , a raiva parece ser o mais intransigente, pois ao contrário da tristeza, a raiva dá energia, é excitante.
O estado de espírito que as pessoas mais procuram se afastar é a
tristeza. A melancolia é um tipo de abatimento que a pessoa pode enfrentar
sozinha, mas apenas se tiver os recursos interiores. Aquilo que nos pode indicar
se um estado de espírito deprimido irá persistir durante longo tempo, é o
grau a que a pessoa rumina as suas desgraças. Pensar naquilo que nos deprime
torna a depressão mais intensa e prolongada. É comum numa depressão
preocuparmo-nos com o facto de nos sentirmos cansados, de termos tão pouca
energia ou motivação e de produzirmos tão pouco. (Goleman,1995)
Segundo Susan Nolen- Hocksma, psicóloga de Stanford e que estudou o remoer dos deprimidos, refere que existem duas estratégias eficazes na terapia, Uma é aprender a confrontar os pensamentos perturbadores, questionar-lhes a validade e pensar em alternativas mais positivas e a outra estratégia é programar acontecimentos agradáveis e que proporcionem distracção, em que esta quebra a corrente dos pensamentos geradores de tristeza. As distracções mais eficazes são aquelas que alteram o estado de espirito, como um acontecimento desportivo excitante, um filme divertido, um livro emocionante.
Segundo Diane Tice, uma psicóloga de Case Western Reserve University ,outra maneira eficaz de combater a depressão é ajudar os outros, entregar-se a qualquer espécie de trabalho voluntário.
No que respeita aos repressores, de inicio eram vistos como um bom exemplo da incapacidade para sentir emoções, mas o pensamento actual considera-os extremamente competentes na gestão das emoções. Tornaram-se de tal forma peritos em isolarem-se dos pensamentos negativos, que até parece não tomarem consciência da negatividade. Assim, em vez do termo repressores, seria mais adequado o termo imperturbáveis.
Daniel Weinberger, um psicólogo da Case Western Reserve University, mostra através de investigações, que embora estas pessoas possam parecer calmas e impassíveis, podem por vezes fervilhar de perturbações fisiológicas de que nem se apercebem. A implicação é que estas pessoas não fingem a sua falta de consciência; é o cérebro que lhes esconde essa informação
A imperturbabilidade é uma espécie de negação optimista, uma dissociação positiva e, possivelmente, uma pista para os mecanismos neuronais que intervêm nos mais graves estados dissociativos que podem ocorrer, por exemplo, nas desordens ligadas ao stress pós-traumático. (Goleman, 1995)
Segundo Goleman (1995), ser capaz de gerir as emoções das outras pessoas é o melhor da arte de gerir relacionamentos. Para manifestar um poder interpessoal, a criança tem primeiro de ter um auto-controlo, de ser capaz de dominar os seus sentimentos de ira ou desgosto, os seus impulsos e excitações. A sintonia com as exigências dos outros exige de nós próprios o mínimo de calma. Assim, gerir as emoções dos outros requer a maturação de outras duas habilidades emocionais, que são o auto-controlo e a empatia. É nesta base que as “aptidões pessoais” amadurecem. São estas as competências sociais que explicam o sucesso das relações que mantemos com os outros. Qualquer défice nesta área leva a pessoa a ter problemas com o mundo social, bem como desastres interpessoais. Sendo assim, estas aptidões sociais, permitem-nos programar um encontro, ter bons relacionamentos íntimos, persuadir e influenciar, pôr os outros à vontade.
Segundo Goleman (1995), o funcionamento da mente emocional é em larga medida determinado por estados específicos, ditado pelos sentimentos dominantes num dado momento. A forma como pensamos e agimos quando nos sentimos românticos é totalmente diferente de quando estamos furiosos ou tristes, isto porque na mecânica da emoção, cada sentimento tem o seu repertório diferente de pensamentos, reacções e até recordações.
O que nos indica se um destes repertórios está a funcionar é a memória selectiva. Parte da resposta da mente a uma situação emocional é reorganizar as recordações e as opções de acção, de maneira que as mais relevantes fiquem em primeiro lugar. Cada emoção tem a sua parte biológica característica, um padrão de alterações que modificam o corpo sempre que essa emoção ocorre e um conjunto único de sinais que o corpo emite quando está sob o seu domínio.
A Inteligência
Emocional no Trabalho
No contexto empresarial e do trabalho, a empatia é a capacidade de entender o mundo interior emocional e vivencional de outras pessoas e é, por isso mesmo, a base da interacção com outras pessoas. A competência social, em contrapartida, está mais relacionada com o convívio externo entre as pessoas, o desenvolvimento social isento de atritos e o controlo das regras do jogo social.
Segundo
Henry Ford ( Märtin, Boeck,1997) “ se há um segredo para o êxito, é o
seguinte: entender o ponto de vista dos outros e ver as coisas com os seus
olhos.”
Quem pretender ter êxito tem de saber controlar
com destreza as emoções: tanto as próprias como as de terceiros.
As emoções positivas estimulam o êxito
profissional: se nos entusiasma a tarefa que temos de realizar, o esforço
desenvolvido no seu cumprimento parece-nos leve.
Se sentimos prazer em estar no nosso posto de
trabalho, porque os nossos companheiros nos são agradáveis, o nosso rendimento
será maior. Pelo contrário, as emoções negativas cerceiam-nos: quando nos
aborrecemos por culpa do chefe, temos dificuldade em nos concentrarmos no
trabalho. Se temos medo de perder o emprego, sem nos darmos conta cometemos mais
erros no dia de trabalho. ( Märtin, Boeck,1997)
Quando os trabalhadores têm de recear
constantemente pelo seu emprego, a sua capacidade de rendimento ressente-se.
Quando uma pessoa tem medo, trabalha de forma contraída e preocupada: a
quantidade de erros cometidos aumenta.
A insegurança prejudica o ambiente geral nas
empresas. ( Märtin, Boeck,1997).
Além de termos de saber controlar as nossas emoções como as de terceiros, e de ser necessário haver uma estabilidade a nível do emprego, para que o desempenho e a produtividade no trabalho seja melhor. É necessário também adquirirmos competência emocional.
Com
base nestes pressupostos, competência emocional (Goleman 2000) é uma capacidade
adquirida, baseada na inteligência emocional, que resulta no desempenho
destacado no trabalho. No centro desta competência encontram-se duas aptidões:
a empatia, que envolve ler os sentimentos dos outros e habilidades sociais, que
permitem lidar bem com esses sentimentos.
As competências de que se necessita para o
êxito podem mudar à medida que se sobe na hierarquia. Na maioria das grandes
organizações, os executivos mais graduados precisam de um grau maior de percepção
política do que os gerentes de nível médio.
Para melhor compreender-mos a essência da
competência emocional recorreremos à elaboração apresentada por Goleman
(2000), que fala em dois tipos de molduras, a moldura de competência
emocional e a moldura
de competência social.
A moldura de Competência
Emocional consiste em:
Competência pessoal
- estas
competências determinam como lidamos connosco.
Autopercepção -
consiste em controlar os próprios estados
interiores, preferências, recursos, dentro da autopercepção ainda encontramos
a;
Ø
Percepção
emocional: Reconhecer as próprias emoções
Ø
Auto-avaliação
precisa: Conhecer os próprios pontos fortes e limitações
Ø
Auto-confiança:
Certeza do próprio valor e capacidade
Auto-regulação
que
consiste em:
Ø
Autocontrole:
lidar com emoções perturbadoras e impulsos;
Ø
Merecer
confiança: Manter padrões de honestidade e integridade.
Ø
Ser
consciencioso: Assumir a responsabilidade pelo desempenho pessoal
Ø
Adaptabilidade:
Flexibilidade para lidar com as mudanças
Ø
Inovação:
Sentir-se à vontade, e aberto diante de novas ideias, enfoques e
novas
informações.
Motivações: Tendências emocionais que guiam ou facilitam o alcance
das metas.
Ø
Vontade
de realização: Esforçar-se para melhorar ou satisfazer um padrão de
excelência
Ø
Dedicação:
Alinhar-se com as metas do grupo ou organização
Ø
Iniciativa:
Estar pronto para agir diante das oportunidades
Ø
Optimismo:
Persistência na perseguição das metas e despeito de obstáculos e reservas.
Em relação à
moldura de Competência Social:
Competência Social:
Estas competências determinam a maneira como lidamos com relacionamentos.
Empatia: Percepção dos sentimentos, necessidades e preocupação
dos demais.
Ø
Compreender os outros:
Pressentir os sentimentos e perspectivas dos outros e assumir um interesse
activo por suas preocupações.
Ø
Orientação para o serviço:
Antever, reconhecer e satisfazer as necessidades dos clientes.
Ø
Desenvolver os outros:
Pressentir as necessidades de desenvolvimento dos outros e melhorar sua habilitação
Ø
Busca da diversidade:
Cultivar oportunidades através de diferentes tipos de pessoas.
Ø
Percepção política:
Ler as correntes emocionais e os relacionamentos de poder de um grupo
Aptidões Sociais: Aptidão natural para induzir nos outros
as respostas desejáveis.
Ø
Influência: Implementar tácticas eficazes de persuasão
Ø
Comunicação: Emitir mensagens claras e convincentes
Ø
Liderança: Inspirar e guiar grupos e pessoas
Ø
Catalisador de mudanças:
Iniciar ou administrar as mudanças
Ø
Gestão de conflitos: Negociar
e solucionar desacordos
Ø
Formação de vínculos:
Estimular os relacionamentos produtivos
Ø
Colaboração e cooperação: Trabalhar
com outros, rumo a metas compartilhadas
Ø
Capacidade de equipe:
Criar uma sinergia de grupo buscando atingir metas colectivas.
Como vimos através desta síntese da estrutura das duas molduras propostas por Goleman (2000), é muito importante para obtermos êxito no trabalho desenvolvermos um conjunto de competências, tanto a nível emocional como social, que nos permitam um boa adaptação ao local de trabalho, ao tipo de trabalho, às exigências propostas, assim como o relacionamento entre colegas. Só com a assimilação destas competências é que è possível atingir um nível de satisfação, produtividade e adaptação que nos levem ao sucesso pessoal e da empresa em que trabalhamos. Aumentando assim claramente os níveis de satisfação em relação ao trabalho desempenhado e em relação à organização (empresa).
A
Inteligência Emocional na Saúde
Segunde
Ballone (2000),do ponto de vista psicológico, existem emoções naturais e
fisiológicas que aparecem em todas as pessoas com um importante substrato biológico.
Elas podem ser a alegria, o medo, a ansiedade ou a raiva, entre outras. Essas
emoções são agradáveis ou desagradáveis, nos mobilizam para a actividade e
tomam parte na comunicação interpessoal. Portanto, essas emoções actuam como
poderosos motivadores da conduta humana.
Não
obstante, as emoções podem ter um importante papel no bem estar psicológico
ou nos estados doentios. Portanto, as emoções influem sobre a saúde e sobre a
doença através de suas propriedades motivacionais, pela capacidade de
modificar as condutas saudáveis, tais como os exercícios físicos, a dieta
equilibrada, o descanso, etc., conduzindo muitas vezes para condutas não saudáveis,
como o abuso do álcool, tabaco, sedentarismo, etc.
Ballone
(2000, cit.
Adib Jatene,
2000) refere que actualmente, os transtornos psicossomáticos ou
psicofisiológicos, como algumas dores de cabeça, das costas, algumas arritmias
cardíacas, certos tipos de hipertensão arterial, algumas moléstias
digestivas, entre tantas outras doenças, podem ser produzidas por uma excessiva
activação das respostas fisiológicas do órgão ou sistema que sofre a lesão
ou disfunção (cardiovascular, respiratório, etc.). Seria uma espécie de
disfunção do órgão ou do sistema orgânico por trabalhar em excesso por
muito tempo.
A
ansiedade apesar de ser considerada uma reacção emocional normal e que surge
como resposta do organismo diante de determinadas situações, quando sua frequência,
intensidade ou duração forem excessivas, falamos de ansiedade patológica.
Psiquiatricamente a presença de forte estado ansioso, não somente pode ser a
base dos denominados Transtornos de Ansiedade, mas também estar associada
frequentemente à depressão (Ballone, 2000).
Clinicamente,
uma ampla variedade de transtornos psicofisiológicos pode estar associada à
ansiedade, entre eles os transtornos cardiovasculares, digestivos, as cefaleias,
a síndrome pré-menstrual, a asma, transtornos dermatológicos, transtornos
sexuais, a dependência química, os transtornos da alimentação, debilidade do
sistema imunológico etc.
As
classificações tradicionais dos transtornos psicofisiológicos descrevem as
seguintes doenças relacionadas com variáveis psicológicas (Ballone, 2000).
ALGUMAS
DOENÇAS PSICOFISIOLÓGICAS
|
|
Transtornos
cardiovasculares |
enfermidade
coronariana, hipertensão arterial, arritmias |
Transtornos
respiratórios |
asma
brônquica, síndrome de hiperventilação, rinite alérgica |
Transtornos
endócrinos |
hiper
ou hipotiroidismo, doença de Addison, Síndrome de Cushing, alterações
das glândulas paratireóides, hipoglicemia, diabetes |
Transtornos
gastrintestinais |
transtornos
esofágicos, dispepsia, úlcera péptica, síndrome do cólon irritável,
colite ulcerosa, Doença de Crohn |
Transtornos
dermatológicos |
prurido,
hiperhidrose, urticária, dermatite atópica, alopecia areata, psoríase,
herpes, vitiligo |
Dor
crónica |
lombalgias,
cefaleias, dor pré-menstrual, fibromialgia |
Reumatologia |
artrite
reumatóide |
Transtornos
imunológicos |
lúpus,
depressão imunológica inespecífica |
Mas,
com o crescente reconhecimento da implicação de factores psicológicos ou
emocionais no desencadeamento e/ou agravamento da maioria das enfermidades orgânicas,
as tabelas como acima acabam perdendo totalmente o
Esses
transtornos englobam desde doenças neurológicas, como a Esclerose Múltipla,
até enfermidades infecciosas, como a tuberculose, enfermidades imunológicas,
como a leucemia (2000, cit. Wittkower
e Dudek, 1973).
Desta
forma, em muito pouco tempo, ao se descreverem os transtornos psicofisiológicos,
não mais se fará referência a um determinado grupo distinto de enfermidades
(como na tabela acima), mas sim às alterações físicas que são precipitadas,
agravadas o prolongadas por factores psicológicos. A psicossomática
preocupar-se-á com as diversas categorias de reacções orgânicas,
utilizando-as para compreender qualquer transtorno físico nos quais os factores
psicológicos sejam importantes. Por exemplo, no caso do Lúpus Eritematoso Sistémico,
a psicossomática estará preocupada em estudar as alterações das emoções
sobre a imunidade, sobre os linfócitos T, ou sobre as imunoglobulinas. Se, daí
em diante, aparecerá Lúpus ou Artrite Reumatóide não será mais tão
importante (Ballone, 2000).
Concluindo
as pessoas reagem diferentemente ao stress, inclusive em termos de eventuais
doenças psicossomáticas. Ao estudarmos o Afecto, entendemos que parece haver
uma espécie de filtro (exemplificados como lentes de óculos hipotéticos)
através do qual os factos e eventos são percebidos pelo indivíduo. Isto faria
distinguir situações percebidas como stressantes por alguns e não por outros.
Essa sensibilidade pessoal (IE) diante da vida exerce um efeito atenuante ou agravante aos eventos, efeito este que depende mais da própria personalidade que das circunstâncias. Isso definirá o modo de ser, de reagir, de enfrentar e de se adaptar ao stress e a forma como a pessoa encara a sua própria saúde ou doença.
Märtin, D. & Boeck, K. (1997). Q
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(E.U.A)
Índice de anexos:
Ver anexos de Imagens (neurológicas)
Ver anexo Teste de Capacidades e Debilidades em Inteligência Emocional
Ver anexo Teste - Inteligência Intrapessoal
Ver
anexo Teste
- Inteligência Interpessoal
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[1]
Ver anexo -1
[2]
Ver anexo -1
[3]
ver anexo - 2
[4]
ver anexo - 2
[5]
Ver anexo - 2
[6]
Ver anexo - 2
[7]
Ver anexo - 2
[8]
ver anexo -3
[9] ver anexo -3